quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Violência escolar: desafios pedagógicos no mundo globalizado

Elias Canuto Brandão

Apontamentos realizados no minicurso por ocasião da “IX Jornada de Pedagogia”, da Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí-PR (FAFIPA), em 21 de setembro de 2010, com a participação de professores da Rede Estadual e acadêmicos da FAFIPA.


Resumo
A proposta do minicurso é discutir a “violência escolar: desafios pedagógicos no mundo globalizado” ultrapassando a discussão da violência em si. O “desafio” é debatê-la observando e analisando as possibilidades “pedagógicas” contemporâneas, considerando as relações e diferenças sociais em um “mundo globalizado” que transforma educadores, educandos e trabalhadores em mercadorias. O minicurso dar-se-á por meio da dialética, com provocações suntuosas, levando os participantes a serem protagonistas da discussão, visto fazerem parte da sociedade e das violências sociais que atingem todos os espaços urbanos e rurais. Entre outras questões, discutiremos: Os educadores estão preparados para os desafios da violência social? Ao deparar-se com situações conflituosas, o que fazer? Violência e bullying. Quando a violência é bullying?

Palavras-chave: Violência escolar; desafios pedagógicos; mundo globalizado.

PROVOCAÇÕES INICIAIS:
·         Quando e porque determinada situação pode ser considerada violência escolar?
·         O que leva a uma determinada violência escolar e como pode ou poderia ser evitada?
·         O que o Estado, via instituição de ensino, deve fazer em relação à violência?
·         Segurança (polícia) na escola resolve a violência?
·         Qual o papel da polícia?
·         A partir de que idade a polícia pode ser chamada para contenção de sujeitos estudantes?
·         Como educadores, já paramos coletivamente para discutir a violência no âmbito da escola?
·         A instituição de ensino já realizou levantamento dos tipos de violências e quem são os sujeitos?
·         Como se comportam os sujeitos intitulados violentos?
·         Como enxergam e tratam as crianças, adolescentes e jovens que apresentam comportamentos anti-sociais?
·         Qual a estrutura familiar das pessoas violentas – a escola conhece?
·         A quais políticas sociais a escola é submetida?
·         Quando a violência é bullying?

TIPIFICAÇÕES DAS VIOLÊNCIAS:
  • Institucional (Estado, instituições de ensino),
  • Social (perca de valores),
  • Física (agressões),
  • Psicológica/moral (intimidações, ameaças...).

TIPOS DE VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS E FORA DELA:
  • Agressão física e psicológica,
  • Intimidação por palavras ou por comportamento,
  • abuso de autoridade,
  • prepotência...

INDISCIPLINA NA ESCOLA:
  • Pode ser resultado da ausência de metodologia de ensino;
  • Levando ao desinteresse pelo assunto;
  • Proveniente, talvez, de aulas preparadas rapidamente;
  • Resultado, talvez, da falta de tempo do educador que acaba reproduzindo conteúdos impostos verticalmente pelo Estado, por meio de livros didáticos pré-elaborados e paradidáticos;
  • Reação ao tipo de relação professor-aluno;
  • Pode ser conseqüência do não saber ouvir um ao outro (alunos e professores).

Tratando-se de “aluno indisciplinado”, vale ler a decisão judicial divulgada AQUI. http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/46777.shtml

O BULLYNG:
Bullyng são atitudes agressivas, repetidas, constantes e intencionais, por vezes sem motivação aparente, praticadas contra outro ou outros.
Formas de bullyng: tapas constantes, agressões, ameaças, beliscões, insultos, humilhações, apelidos...
O bullyng faz faz a vítima sofrer calada, tornando-a apática e até introvertida, fechada e tímida.
Conseqüências do bullyng: a vítima passa a ter medo, fica angustiada, é atingida psicologicamente, ao ponto do suicídio.

AÇÕES QUE PODEM EVITAR A CONTINUIDADE DAS VIOLÊNCIAS:
  • Aproximar-se dos “diferentes” para conhecê-lo por dentro;
  • Criar espaços de diálogos na escola;
  • Trabalhar a alteridade: liberdade, responsabilidade dos direitos e deveres...;
  • Envolver a comunidade na escola com atividades sociais, sob orientação de profissionais custeados pelo Estado, não nos moldes do programa “amigo da escola”, onde se desenvolva: esporte, capoeira, dança, culinária, cursos de salgados, pintura..., visitas a pontos históricos e outros;
  • Discutir e definir o papel do educador na escola como transformador e não assistencialista ou bombeiro;
  • Escola: diagnosticar as formas de violência que atinge sua comunidade e propor ações políticas e pedagógicas, envolvendo a comunidade.

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