Elias Canuto Brandão
Apontamentos realizados no minicurso por ocasião da “IX Jornada de Pedagogia”, da Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí-PR (FAFIPA), em 21 de setembro de 2010, com a participação de professores da Rede Estadual e acadêmicos da FAFIPA.
Resumo
A proposta do minicurso é discutir a “violência escolar: desafios pedagógicos no mundo globalizado” ultrapassando a discussão da violência em si. O “desafio” é debatê-la observando e analisando as possibilidades “pedagógicas” contemporâneas, considerando as relações e diferenças sociais em um “mundo globalizado” que transforma educadores, educandos e trabalhadores em mercadorias. O minicurso dar-se-á por meio da dialética, com provocações suntuosas, levando os participantes a serem protagonistas da discussão, visto fazerem parte da sociedade e das violências sociais que atingem todos os espaços urbanos e rurais. Entre outras questões, discutiremos: Os educadores estão preparados para os desafios da violência social? Ao deparar-se com situações conflituosas, o que fazer? Violência e bullying. Quando a violência é bullying?
Palavras-chave: Violência escolar; desafios pedagógicos; mundo globalizado.
PROVOCAÇÕES INICIAIS:
· Quando e porque determinada situação pode ser considerada violência escolar?
· O que leva a uma determinada violência escolar e como pode ou poderia ser evitada?
· O que o Estado, via instituição de ensino, deve fazer em relação à violência?
· Segurança (polícia) na escola resolve a violência?
· Qual o papel da polícia?
· A partir de que idade a polícia pode ser chamada para contenção de sujeitos estudantes?
· Como educadores, já paramos coletivamente para discutir a violência no âmbito da escola?
· A instituição de ensino já realizou levantamento dos tipos de violências e quem são os sujeitos?
· Como se comportam os sujeitos intitulados violentos?
· Como enxergam e tratam as crianças, adolescentes e jovens que apresentam comportamentos anti-sociais?
· Qual a estrutura familiar das pessoas violentas – a escola conhece?
· A quais políticas sociais a escola é submetida?
· Quando a violência é bullying?
TIPIFICAÇÕES DAS VIOLÊNCIAS:
- Institucional (Estado, instituições de ensino),
- Social (perca de valores),
- Física (agressões),
- Psicológica/moral (intimidações, ameaças...).
TIPOS DE VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS E FORA DELA:
- Agressão física e psicológica,
- Intimidação por palavras ou por comportamento,
- abuso de autoridade,
- prepotência...
INDISCIPLINA NA ESCOLA:
- Pode ser resultado da ausência de metodologia de ensino;
- Levando ao desinteresse pelo assunto;
- Proveniente, talvez, de aulas preparadas rapidamente;
- Resultado, talvez, da falta de tempo do educador que acaba reproduzindo conteúdos impostos verticalmente pelo Estado, por meio de livros didáticos pré-elaborados e paradidáticos;
- Reação ao tipo de relação professor-aluno;
- Pode ser conseqüência do não saber ouvir um ao outro (alunos e professores).
Tratando-se de “aluno indisciplinado”, vale ler a decisão judicial divulgada AQUI. http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/46777.shtml
O BULLYNG:
Bullyng são atitudes agressivas, repetidas, constantes e intencionais, por vezes sem motivação aparente, praticadas contra outro ou outros.
Formas de bullyng: tapas constantes, agressões, ameaças, beliscões, insultos, humilhações, apelidos...
O bullyng faz faz a vítima sofrer calada, tornando-a apática e até introvertida, fechada e tímida.
Conseqüências do bullyng: a vítima passa a ter medo, fica angustiada, é atingida psicologicamente, ao ponto do suicídio.
AÇÕES QUE PODEM EVITAR A CONTINUIDADE DAS VIOLÊNCIAS:
- Aproximar-se dos “diferentes” para conhecê-lo por dentro;
- Criar espaços de diálogos na escola;
- Trabalhar a alteridade: liberdade, responsabilidade dos direitos e deveres...;
- Envolver a comunidade na escola com atividades sociais, sob orientação de profissionais custeados pelo Estado, não nos moldes do programa “amigo da escola”, onde se desenvolva: esporte, capoeira, dança, culinária, cursos de salgados, pintura..., visitas a pontos históricos e outros;
- Discutir e definir o papel do educador na escola como transformador e não assistencialista ou bombeiro;
- Escola: diagnosticar as formas de violência que atinge sua comunidade e propor ações políticas e pedagógicas, envolvendo a comunidade.
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